Francis Coppola Aposta em “Cinema ao Vivo”

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Francis Ford Coppola, o bom e velho Coppola, diretor de clássicos como a trilogia de O Poderoso Chefão (1972; 74; 1990), A Conversação (1974), Apocalypse Now (1979), entre tantos outros, sempre foi um diretor polêmico e visionário – bem à frente de seu tempo. Muito talentoso, apostou fichas altas em projetos considerados “impossíveis”, às vezes ambiciosos demais (que na década de 1980 o levaram a decretar falência de seu famoso estúdio American Zoetrope, inspirado no sistema permanente de projetar imagens em movimento, apenas para reerguê-lo anos depois), mas procurando manter intacta sua visão de autor, conforme sua associação com dois outros importantes autores do cinema americano dos anos 1970 – William Friedkin (O Exorcista; Operação França) e Peter Bogdanovich (A Última Sessão de Cinema).

Com toda essa bagagem, não é à toa que o cineasta volta à carga visionária com um projeto apostando no “cinema do futuro”, como ele mesmo afirma: o Live Cinema, ou Cinema ao Vivo – a rigor uma forma de exibição ao vivo de um filme, com atores representando as cenas para públicos em salas espalhadas ao redor do mundo. Testado agora em junho de 2015 com estudantes de uma rede municipal de Oklahoma, em resultado acompanhado simultaneamente em sessões fechadas em Paris, Los Angeles e Nova York, o projeto tem como base a história de uma família ítalo-americana – exatamente como em seus filmes do Chefão.

“Os filmes hoje são arquivos digitais, não precisam ser editados, podem ser exibidos de maneiras diferentes todos os dias, ou mesmo serem transmitidos ao vivo. Mas não é como TV ao vivo, limitada por tempo”, explicou Coppola, em passagem pelo Festival de Marrakesh, no Marrocos, quando serviu de presidente do júri. “Imagine os atores seguindo o storyboard de um filme da Pixar, por exemplo, e atuando diante da câmera. Foi o que fizemos em Oklahoma. Peguei umas trinta páginas de uma história que estou desenvolvendo, os atores e um palco. Aprendi muito nessa experiência com a transmissão ao vivo. Não é teatro, nem TV, nem cinema, mas algo diferente.”

Assista abaixo ao teste completo: