METAVERSO: AS POSSIBILIDADES PARA O AUDIOVISUAL

Prepare-se para Ver Tudo Mudar. De Novo.

 

por Bruna Brandão

Artigos | 24 de junho de 2022

 

Certamente você já deve ter ouvido falar no Metaverso e mesmo sem entender do que se trata ficou com aquela pulguinha atrás da orelha. Afinal, isso é uma moda passageira? Um hype? Uma tendência para o futuro?  Uma grande ação de marketing?   

 

As últimas notícias dizem que existem algumas produções do entretenimento sendo feitas para dentro do Metaverso – como a CNN, que criará uma série para mostrar a cerimônia de casamento da apresentadora Rita Wu, que acontecerá no Decentraland (como uma cidade do metaverso), e o UFC que que vai criar uma experiência de lutas ao vivo com os óculos de realidade virtual. E ainda há a Disney, que anunciou uma nova tecnologia prometendo quebrar barreiras entre o real e o mundo virtual. Como será tudo isso não sabemos, mas estamos bem curiosos.

 

O que sim sabemos é que neste momento existem mais perguntas do que respostas, porém, nos arriscamos a afirmar que o audiovisual de alguma maneira prevê o futuro da sua forma, mais “fantasiosa”. É o que chamamos de ficção científica. 

 

Os filmes que retratam esse tipo de realidade paralela são muitos, mas gostaríamos de destacar a comédia Free Guy, com Ryan Reynolds – por ser a mais recente e não estar nessa lista. 

 

A produção chama a atenção pelo fato de que ao entrar em um jogo, a pessoa passa a viver essa outra vida como se fosse a sua vida real, inclusive se apaixonando por um avatar do qual a personagem não sabe quem é que está do outro lado. Em determinado momento, essa pessoa “normal” prefere viver uma realidade criada e manipulada que a realidade da vida real – uma versão mais evoluída do filme Ela, com Joaquin Phoenix. 

 

Tudo isso parece loucura e surreal, não é? Mas a ideia do Metaverso é justamente essa: criar duas realidades que se unam e sejam complementares. Nas palavras do CEO da Microsoft, Satya Nadella:

“Não se trata apenas de colocar uma realidade computacional por cima do nosso real, mas sim de colocar o mundo real dentro de um computador. Para dar um exemplo, as reuniões do Microsoft Teams funcionam, colocando elementos do mundo real em um formato digitalizado”

 

Efeitos visuais e de animação sempre fizeram parte de grandes produções, mas foram aperfeiçoadas através do tempo (ainda bem!). 

 

Desde atores que “congelavam a cena” enquanto a equipe mudava o que precisava, os Méliès criaram técnicas que são usadas até hoje que vão desde a perspectiva, miniaturas, exposição múltipla, pinturas de fundo (matte paint), stop motion e o primeiro animatronic que se tem notícia. Saltamos alguns anos e percebemos o uso do chroma key em diversos filmes como Star Wars, o uso de computação gráfica para fazer os movimentos dos dinossauros em Jurassic Park. Em Avatar, o diretor James Cameron, também fundador de uma empresa de efeitos especiais e animações, utilizou modelagem 3D. 

 

Agora, acreditamos que o próximo passo criativo dentro do audiovisual será o uso da realidade virtual com um campo de visão de 180 ou 360 graus e câmeras específicas.

 

O que há dentro do Metaverso hoje?

 

Marketing: O jogo Fortnite, além das batalhas, traz cada vez mais shows, eventos e até lançamentos de produtos dentro do próprio jogo como Fanta, Havaianas, Ruffles, que já marcaram presença no universo.

 

 

App adaptado: Oculus Quest possui três aplicativos para quem quer assistir a filmes e séries em VR: Netflix, Amazon e BigScreen.

 

 

Produção Original: Existem alguns documentários que são gravados em primeira pessoa, com câmeras posicionadas estrategicamente e até drones para dar ao usuário a sensação de que está realmente vivendo aquela história, se conectando com os personagens e suas emoções. Tokio Origami é um dos exemplos.

 

 

O mercado de trabalho do audiovisual no Metaverso

 

De acordo com o relatório da Bloomberg, o Metaverso vai gerar uma economia forte, englobando o trabalho e a diversão, enquanto transformam indústrias, mercados e entretenimento. Neste cenário podem ser que surjam novas profissões e os cineastas precisarão adaptar suas habilidades. Por isso, aqui na ETC acreditamos que o escopo do audiovisual deverá ser expandido. Além de filmes, séries, curtas e documentários, os profissionais devem passar a trabalhar com produções de shows, eventos e tantas outras possibilidades possíveis. Nas palavras do professor José Nachreiner: 

 

“Essas experiências devem exigir uma demanda por roteiristas e produtores audiovisuais. Seja para contar uma história num mundo paralelo, desenvolver um game ou criar um storytelling imersivo para marcas.”

 

Além disso, em um mundo tão imersivo e sem fronteiras, as legendas e a acessibilidade não vão ser deixadas de lado. A segurança das informações e produções também. Lembrando que explorar o Metaverso como oportunidade de negócio é incrível, mas isso não pode significar a fuga do mundo real. 

 

E você, o que você acha da Influência do metaverso no cinema? Vamos nos encontrar dentro dos nossos filmes favoritos? Vamos poder interagir com os elementos?

 

Nosso objetivo é incentivar pessoas e empresas a descobrirem as vantagens de serem inovadoras, diversas e representativas, com exemplos, dicas e notícias. Vamos lá?

 

O evento Brasil Streaming, que aconteceu agora nas últimas semanas de maio de 2022, trouxe muitas discussões relevantes para o mercado e inclusive sobre a sua atuação no Metaverso e o uso das NFTs. Por isso, acrescento dois adendos que complementam essa matéria:

 

  • Metaverso não é revolução, e sim evolução. E ele só será massificado quando as tecnologias forem mais acessíveis. Estamos em fase de teste e temos que aproveitar, descobrindo-o aos poucos. 

  • Mas e a legislação, como fica? Importante dizer que possíveis problemas jurídicos podem acontecer no Metaverso, e eles vão envolver a proteção de dados, direitos de conteúdo e ciber-segurança, para dizer o mínimo. 

 

Estudo revela que as empresas protagonistas na defesa pela diversidade têm uma taxa de crescimento de receita de até 61% maior que outras organizações.

 

Mulheres na liderança: Flavia Gemignani, diretora do BCG, reflete sobre a presença feminina na sua trajetória pessoal e profissional para sugerir novos caminhos ao mercado.

 

Great Place to Work lançou um guia que reúne as melhores práticas de diversidade e inclusão, com as estratégias adotadas por algumas das Melhores Empresas para Trabalhar e dicas de organizações parceiras. E também em cinco tendências e conselhos de diversidade e inclusão para 2022.

 

Uma matéria mostra que a presença das mulheres no cenário Hollywoodiano ainda não é o ideal, mas as conquistas têm seu valor e merecem ser vistas com esperança.

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Bruna Brandão trabalha na ETC Filmes – parceira da Sincronia Filmes nos departamentos de pós-produção e finalização.