O Som Sublime de Julianna Barwick

Artista Faz Música Única e Original

 

Da Redação

Artigos | 13 de Novembro de 2018

 

Quando ouve-se ela pela primeira vez, a sensação é de estupor e espanto – de onde vem uma música tão sublime e cheia de encantamento assim? Seria coisa de outro mundo? O som único de Julianna Barwick – americana nascida em Louisiana – se formou na verdade no coral da igreja quando ela ainda era muito jovem, e participar dele foi a grande influência para a decisão de se dedicar à música. Usando uma combinação de sons que não inclui vocal – ou ao menos não um vocal como estamos habituados, com letras e rimas -, mas sim sobreposição de sons, Barwick utiliza uma máquina para realizar uma série de loopings (ciclos) sobre sua voz, criando um efeito tão hipnótico quanto de despertar sentidos. “A música dela provoca as mais diferentes sensações e te leva a criar imagens, a fazer um filme em sua cabeça, o que sempre gostei quando ouço trilhas de cinema”, diz o produtor (e dono da Sincronia Filmes) Emanuel Mendes. Por causa disso, Emanuel admite que o trabalho dela se encaixou perfeitamente ao que procuravam para iliustrar as imagens de A Tecnologia Social, o documentário que a equipe da Sincronia rodou na África do Sul. “Quando a ouvi pela primeira vez, sabia que esse era o som que procurávamos, o que daria uma identidade sonora incomparável ao projeto”, completa Mendes.

 

Julianna lançou seu primeiro EP, Sanguine, em 2006, de maneira independente. As canções seguem o padrão celebrizado pela compositora, com os vocais sobrepostos um ao outro e também o uso de improvisação. No trabalho seguinte, o também EP Florine, ela cria um universo sonoro minimalista graças à uma estação de loopings variados e pedais acompanhados de sintetizadores. Ao gravar seu primeiro disco, The Magic Place, a cantora fez uso de um palco de teatro porque o lugar continha uma acústica perfeita, sem vazamento de som, e pelo fato também de haver um piano, importante peça na concepção do projeto. O título do álbum, a propósito, refere-se a uma árvore na fazenda da família onde era possível entrar e explorar os diferentes cantos pontuados por galhos e troncos. E eis aí uma das características principais de sua obra, além da beleza: é uma música orgânica, viva, que respira e pulsa como um ser vivo.

 

Os trabalhos seguintes tecem influências pessoais – como a trágica morte de um parente – misturadas a obras de Edgar Alan Poe e da literatura grega, além de obras de improviso, como a que fez com a designer, instrumentalista e compositora japonesa Ikue Mori. Em 2012, Julianna formou um duo chamado Ombre with Helado Negro e gravou o disco Believe You Me.

 

Para se ter uma ideia de como é o som da compositora, segue abaixo um link do YouTube contendo uma das canções do disco de estreia de Julianna:

   

 

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