Entender Um Produto: O Design para DVD

Entenda o Processo de Criação para o Layout do Home Video de A Tecnologia Social

 

Da Redação

Matérias | 20 de Março de 2019

 

Em uma das inúmeras conversas que tivemos com o designer de produto Jake Meier – do Estúdio Nômada, e o responsável pelo layout e concepção de todo o grafismo para a Sincronia Filmes –, uma coisa ficou clara desde o início: design é algo sério e precisa ser pensado tendo-se em conta uma infinidade de detalhes, “do contrário ele é apenas uma execução ao acaso”, segundo as palavras do próprio Meier, em entrevista concedida à jornalista Marcela Liz para este site. Para o primeiro DVD lançado pelo selo da Sincronia – o do longa-metragem A Tecnologia Social, o documentário rodado na África do Sul em coprodução com os EUA –, a equipe comandada pelo designer e o pessoal da produtora definiu que era preciso se chegar a um conceito e a um modelo que iria, dali em diante, servir para todos os outros posteriores. “Nossa ideia era dar mesmo uma cara ao layout das capinhas”, diz Meier, que trabalhou conjuntamente com o diretor Emanuel Mendes (dono e fundador da Sincronia Filmes) na concepção de todo o projeto. “Mas não apenas para as capinhas: era preciso determinar como seria o esqueleto inteiro do produto, dos menus aos botões de acesso às páginas, do livreto interno ao modo como as informações seriam aplicadas e distribuídas”, continua Meier.

 

Os primeiros testes para o desenho da capinha – de 04 de maio de 2018 – mostram a disposição dos elementos e a preocupação com a limpeza e a organização, além de sugerirem o uso de fotos ou não na contracapa:

 

 

 

 

Alguns dos modelos que o designer se baseou, por sugestão do pessoal da produtora, continham imagens na contracapa, que serviram de referência e/ou estudo para se usar ou não:

 

 

 

 

 

“Resolvemos que iríamos seguir essa linha por ser mais clean e dar um tom minimalista porque todos nós gostamos, mas sem o uso de imagens na contracapa”, explica Meier. “Isso não quer dizer, por outro lado, que não possamos usar uma imagem ou duas na contracapa em algum outro futuro lançamento”, diz ele. “O mais importante é entender o produto que se está vendendo, qual a melhor “cara” ele deve ter, um “rosto” que converse com a proposta dele. É por isso também que chegamos à conclusão que um projeto como esse do documentário não necessariamente precisava ter uma caixinha diferenciada – as do tipo em papelão, ou mesmo aquelas que usam uma luva para onde o DVD se encaixa, como em um digipack”, diz Meier. “Para este tipo de projeto, entendemos que a caixinha plástica era mais a cara dele, da mesma forma que o folder interno precisava ser dobrável, e não em formato livro, como na maioria dos casos. Outra vez, porque o projeto assim o pedia, e visualmente era muito mais interessante também. Entendi o Emanuel quando ele ficou frustrado ao ver a qualidade da caixinha plástica padrão no mercado (da marca Amaray), que é de fato muito aquém do que queríamos para o produto – mas os custos muito altos de importação inviabilizaram a compra de caixinhas plásticas de melhor qualidade, como ele queria. Acredito que mais à frente poderemos vir a utilizá-las”.

 

Para além do material físico, por assim dizer, as duas empresas também concordaram que a arte ilustrando determinado projeto é tão importante quanto. Explica Jake: “Fontes – o tipo de letra –, o tamanho delas, qual ilustração a capa deverá ter, tudo isso é tão relevante quanto a embalagem”, diz ele. O Estúdio Nômada resolveu utilizar a fonte Montserrat para os textos informativos contidos na capa. “É um tipo elegante e que dá boa leitura”, como afirma Jake:

 

 

 

 

Para o logo da produtora, e a disposição dele na arte da capinha, o Nômada realizou testes inspirados em algumas labels famosas do mercado de home vídeo, como alguns dos exemplos abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O quarto acabou o escolhido e estabeleceu o padrão para o restante do material, como os menus, por exemplo:

 

 

 

E no caso de A Tecnologia Social, a Sincronia procurou manter a mesma arte do cartaz para cinema, desenvolvida por outro estúdio de design contratado para o trabalho, no caso, a empresa paulistana Datadot Estúdio. As cores fortes e quentes do pôster tomam conta de toda a extensão da capinha, fornecendo a finalização para o produto (imagem abaixo). A ideia da produtora, de agora em diante, é também trabalhar com artistas diversos – pintores; ilustradores; artistas gráficos; desenhistas – para criar expressões únicas para cada projeto lançado no mercado de vídeo doméstico – seja ele um filme, um show, uma série de TV ou conteúdo multimídia.